Momento delicado na captação da notícia

Não tem momento mais difícil para um jornalista que na hora de apurar notícia de morte, principalmente violenta. O momento exige serenidade do repórter, bom censo e respeito pelos parentes e amigos da vítima. Tudo pode acontecer no momento deste contato entre o jornalista e a fonte. Desmaios, ataques histéricos e até agressão a equipe de reportagem.(O que aconteceu recentemente com o meu cinegrafista Albenir Sousa, que recebeu chutes e pontapés durante uma reportagem.) Eu já passei por muitas situações. Numa delas fomos apurar a morte de um homem acusado de vários crimes. Aos chegarmos na frente da casa dele, na periferia de Macapá, fomos recebidos por um homem que estava com um terçado e xingando:- Seus urubus! O que fazem aqui? Não precisa dizer que entramos no carro e saímos correndo. Numa outra situação, a avó de um ex-detento que foi morto nos pediu um favor: Pedirmos para a direção do Iapen que liberassem o outro neto preso para que fosse ao enterro do irmão. Como nesta profissão temos muitos contatos e os telefones de autoridades, acabei intercedendo pela pobre avó. Hoje eu e o cinegrafista Fabiano oliveira enfrentamos uma dessas situações. Fomos cobrir o velório de um jovem de 22 anos, que foi assassinado dentro de casa, no bairro Cidade Nova. A mãe da vítima muito nervosa deu permissão para filmarmos dentro da casa. Mostramos a foto da vítima e o buraco da bala na parede. Na saída chegou um irmão do rapaz assassinado que estava na polícia técnica e nos expulsou da casa. Logicamente fomos embora sem dar o pio. Neste caso somos intrusos e precisamos respeitar o sofrimento das pessoas. A matéria foi feita e deve ser exibida à noite no JAP.